DECRETO Nº 86, DE 24 DE JUNHO DE 2003

 

Criação e denominação de unidades escolares (CEI e EMEI), nos Bairros do Travessão e do Morro do Algodão, neste Município

 

ANTONIO CARLOS DA SILVA, Prefeito Municipal da Estância Balneária de Caraguatatuba, no uso das atribuições que lhe são conferidas por Lei, especialmente pelo artigo 49, da Lei Orgânica do Município de Caraguatatuba,

 

DECRETA:

 

Artigo 1º Ficam criados e denominados os CEI (Centro de Educação Infantil) e EMEI (Escola Municipal de Educação Infantil), ambas no Bairro Travessão, da Rede Municipal de Ensino, como novas unidades da administração municipal, instaladas na Rua João Carlos Bálio, nº 240, com a denominação de CEI "LEONOR MENDES DE BARROS" e EMEI "LEONOR MENDES DE BARROS", nos termos dos artigos 3º e , ambos, da Lei Municipal nº 739, de 19 de fevereiro de 1999.

 

Artigo 2º Ficam criados e denominados os CEI (Centro de Educação Infantil) e a EMEI (Escola Municipal de Educação Infantil), ambas no Bairro Morro do Algodão, da Rede Municipal de Ensino, como novas unidades da administração Municipal, instaladas na Travessa Cinco, nº 75, com a denominação de CEI "PROFª MARIA CARLITA SARAIVA GUEDES" e EMEI "PROFª MARIA CARLITA SARAIVA GUEDES", nos termos dos artigos 3º e 5º, ambos, da Lei Municipal nº 739, de 19 de fevereiro de 1999.

 

Artigo 3º Fica denominado "PROFª REGINA CÉLIA SANTOS CHAPIRA BLAUSTEIN" o CEI (Centro de Educação Infantil) no Bairro Travessão, da Rede Municipal de Ensino, criado e instalado através da Lei nº 612, de 18 de junho de 1997, sito na Rua Jacupiranga, nº 155, Bairro Travessão , nos termos dos artigos 3º e 5º, ambos, da Lei Municipal nº 739, de 19 de fevereiro de 1999.

 

Artigo 4º Fazem parte integrante deste Decreto, as biografias das homenageadas.

 

Artigo 5º A Secretaria Municipal de Educação adotará todas as providências administrativas e operacionais necessárias à implantação deste Decreto, objetivando o regular e permanente funcionamento das escolas, na Rede Municipal de Ensino.

 

Artigo 6º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação revogadas as disposições em contrário.

 

Caraguatatuba, 24 de junho de 2003.

 

ANTONIO CARLOS DA SILVA

Prefeito Municipal

 

Este texto não substitui o original publicado e arquivado na Prefeitura Municipal de Caraguatatuba.

 

BIOGRAFIA DE LEONOR MENDES DE BARROS

 

Natural de São Paulo - Capital, nascida aos 21 de julho de 1905, filha do Professor Octávio Mendes e de Sra. Elisa de Moraes Mendes.

 

Fez os estudos nos Colégios Dês Piseaux e Americano.

 

Em 06 de abril de 1927 casou-se com Adhemar Pereira de Barros, com quem teve quatro filhos: Maria Helena, Adhemar Filho, Maria e Antonio. Em 1938 quando seu marido assumiu o cargo de Interventor Federal em São Paulo, Dª Leonor deu início a um trabalho de beneficência social que não tem paralelo em nossa história e que realizado como foi, caracteriza uma pessoa, realmente vocacionada.

 

Abrangendo o combate à tuberculose, o amparo à maternidade e à criança pobre ou abandonada, além da proteção aos doentes necessitados em geral, seus empreendimentos foram fatores efetivos para a melhoria e o aparelhamento da rede assistencial de nosso Estado.

 

Fundou o Pavilhão Infantil Leonor Mendes de Barros, no Hospital Sanatório do Mandaqui, destinado a dar abrigo e tratamento adequado às crianças atacadas de tuberculose (em 1964, a instituição, que mantém 230 leitos, comemorou o jubileu de prata); Pavilhão Nossa Senhora das Graças, no Mandaqui, para adultos, com capacidade de atendimento de 60 doentes; Abrigo de emergência Leonor Mendes de Barros, na Rua Pires do Rio, Mooca - Capital, com 70 leitos; e Pavilhão Leonor Mendes de Barros, em Sorocaba, com 100 leitos. Em junho de 1947, fundou a Bandeira Paulista Contra a Tuberculose, para auxílio ao doente pobre, a qual manteve em Vila Albernésia, Campos do Jordão, o Abrigo Leonor Mendes de Barros, o Pavilhão Dr. Januário Miráglia e o Pavilhão Adhemar de Barros, com 180 leitos para o sexo masculino. Auxiliou o Pavilhão Soter de Araújo, o Guilherme Álvaro e a Associação Evangélica Beneficente, em Santos, e a Liga de Assistência Social e Combate à Tuberculose, em São José dos Campos.

 

Fundou a Casa Maternal, do Tatuapé, em 1944, na Capital, organização destinada ao atendimento médico e à segurança material e moral da mãe necessitada de amparo, atendendo 40 a 60 gestantes por dia, a qual, já na primeira década de sua instalação registrava o nascimento de 7.854 crianças. Forneceu o equipamento completo do Sanatório Leonor Mendes de Barros, em Sorocaba, inclusive uma ambulância.

 

Durante três anos, manteve os Sanatorinhos S-3, em Campos do Jordão, com 50 leitos, além de garantir a doentes necessitados, através da Bandeira Paulista Contra a Tuberculose, 20 lugares no Hospital de Jesus de Nazareth, em Suzano. No departamento de Assistência aos Psicopatas, organizou, em 1941, uma creche e, em 1950, um Jardim de Infância e Parque Infantil, denominado Menino Jesus.

 

Em 8 de março de 1975, em Campos do Jordão, inaugurou o Hospital que leva o seu nome por imposição de suas companheiras de trabalho o qual sempre dedicou a maior atenção fiel aos seus princípios cristãos de solidariedade.

 

Cidadã Emérita - Câmara Municipal de São Paulo, em 21 de outubro de 1960; Cidadã Honorária, por decretos aprovados por unanimidade pelos legislativos de Caraguatatuba, em 26 de agosto de 1963; Itu, em 05 de abril de 1963; Ferraz de Vasconcelos; Sorocaba, em 05 de maio de 1963; Adamantina, em 1976; Rio Claro, Dois Córregos, Campos do Jordão, Poá, Pirituba, Santos e Cotia; Cidadã Benemérita de Maringá - Estado do Paraná. Inscrita no Livro da Ordem Nacional do Mérito - medalha Cultural e Comemorativa da transladação dos despojos da Imperatriz Leopoldina - Medalha Imperatriz Leopoldina; Medalha de Ouro "Honra ao Mérito", da Standard Oil Company, em 26 de março de 1951, como reconhecimento pelo inestimável serviço em prol dos doentes e necessitados; Medalha de Honra ao Mérito, pelo Dia Internacional da Mulher, em 08 de março de 1962; Medalha de Ouro "A Mãe Símbolo", Homenagem do Shopping News no Dia das Mães, Medalha de Honra ao Mérito da Polícia Rodoviária da Força Pública, em 25 de agosto de 1963; Medalha Brigadeiro José Couto de Magalhães, em 25 de setembro de 1963; Medalha Benito Juarez, em 20 de junho de 1963; Medalha Príncipe Alberto, de Mônaco; Medalha MMDC, comemorativa do trigésimo aniversário de sua participação no Movimento Constitucionalista; e Medalha da Cruzada Assistencial Paulista; Provedora da Venerável Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos; Irmã Benfeitora da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em 20 de junho de 1960, Medalha da Ordem do Ipiranga, concedida pelo Governo do Estado de São Paulo.

 

Deve-se destacar que a área onde foram construídos os prédios que abrigam a CEI e a EMEI, no Bairro do Travessão, nominados com seu honrado nome, foi doada ao Município pela empresa Agro Comercial Morro Verde Ltda., do filho da homenageada Adhemar de Barros Filho.

 

 

BIOGRAFIA DE MARIA CARLITA SARAIVA GUEDES

 

Filiação: JOSÉ SARAIVA E LUZIA CORRÊA DA LUZ.

Nascimento: 22 de setembro de 1923

Local: Estiva - Ceará

Falecimento: 18 de março de 2002.

Profissão: Professora Primária, Artista Plástica e Artesã

Formação: Professora Primária - Colégio Santa Tereza - Crato - Ceará (1940).

 

Nomeada pelo prefeito José Loiola de Alencar, primeira professora da Escola Municipal de São José de Chiquechique - Ceará 1943.

 

Em 1951, mudou-se para Presidente Prudente - SP, onde seu esposo Francisco de Assis tornou-se empresário pecuarista.

 

Em Presidente Prudente, lecionou em escolas particulares. Em 1969 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde residiam cinco de seus irmãos, para acompanhamento da formação universitária de seus filhos, ali permanecendo até 1984.

 

No Rio de Janeiro, foi professora voluntária de artesanato e pintura a óleo em instituições filantrópicas,e paróquias dos Bairros do Grajaú e Vila Isabel.

 

Participou de várias exposições e vernisagem de pintura em tela a óleo, sendo premiada por diversas vezes com medalha de honra ao mérito com a tela "MARINA" - NATUREZA MORTA e "O PALHAÇO" , medalha de prata na exposição no hotel Evereste - RJ, com a tela " PIERROT".

 

Em 1984 ,mudou-se para Caraguatatuba a conselho médico, por ser uma cidade onde podia usufruir da natureza e do seu clima e tranqüilidade, onde já residiam seu seis filhos: Francisco Edson Guedes (comerciante), Airton José Saraiva Guedes (empresário), Francisco de Assis Guedes Filho (professor de Educação Física e funcionário público municipal, Maria Salete Saraiva Guedes (professora e psicóloga), Luiza Guedes Saraiva Cabral Meneses (advogada), Clementina Guedes B. Viana (dentista), bem como seus netos.

 

Foi a partir desta data que adotou Caraguatatuba como sua cidade do coração, como ela dizia " A MINHA CARAGUATATUBA".

 

Trabalhou com artesanato, expondo seus trabalhos numa barraca construída para os artesãos, durante a gestão do prefeito Dr. José Bourabeby, sendo que na mesma gestão foram todas demolidas, deixando inclusive todos com lágrimas nos olhos.

 

A partir daí, surgiu a idéia de se criar um clube de mães, que se iniciou no salão paroquial, onde se reuniam para ministrar aulas de pintura, artesanato e trabalhos manuais. Trabalhou como voluntária da APAE de Caraguatatuba,dando aula de pintura para os portadores de necessidades especiais.

 

Participou da comissão que reivindicou a implantação da Faculdade da Terceira Idade, através da Senhora Cleide N. Porto - Presidente da Sociedade Clube da Mulher de Caraguá (S.C.M.C), que cursava a Faculdade da Terceira Idade, em São José dos Campos. Foi implantada a Faculdade em Caraguatatuba, que funcionava inicialmente no salão paroquial, cedido pelo padre da igreja do Bairro Indaiá. A primeira turma era composta pelas associadas do Clube da Mulher e alguns amigos, sendo que a senhora Carlita se destacava nos seus trabalhos e apresentações de teatro e dança. Na segunda turma da Faculdade, organizou-se o coral, que inicialmente chamava "Renascer", posteriormente "Coral da Terceira Idade", hoje recebe o nome de "Grupo Musical Caraguatá", que realiza seus ensaios na sede do Centro do Professorado Paulista.

 

Teve participação efetiva na criação da Delegacia da Mulher.

 

Com um grupo de amigas, resolveram organizar chás e bingos (sua função era na cozinha, cortando e organizando os bolos nos pratinhos) para arrecadar recursos para as entidades da cidade. A partir daí, se fundou a Sociedade Clube da Mulher de Caraguá, hoje com 17 anos de existência, com um grande número de associadas.

 

Era católica e participava fielmente dos grupos da renovação carismática, onde achava importante a paz interior e poder transmiti-la as pessoas mais jovens.

 

Freqüentava a Associação dos Aposentados, destacando-se nas festas, pela sua alegria, cantando e dançando.

 

Até o dia 10 de março de 2002 viveu com toda alegria, que tanto contagiava os amigos que fez ao longo desses anos em Caraguatatuba.

 

Faleceu em 18 de março de 2002, na cidade do Rio de Janeiro .

 

Os filhos, por saberem do seu amor por Caraguatatuba, fizeram o translado do seu corpo, pois Caraguatatuba era onde ela gostaria de estar para sempre.

 

O seu sorriso jamais se apagará.

 

 

BIOGRAFIA DE REGINA CÉLIA SANTOS CHAPIRA BLAUSTEIN

 

A pessoa que a cidade de Caraguatatuba elegeu para homenagear possuía elevados dotes morais, além da grandeza de espírito de solidariedade humana. Grande amiga, exemplar esposa, carinhosa mãe e, ainda a enaltecê-la, uma excelente profissional no campo da educação.

 

Por toda vida criou vínculos, tanto em sua profissão, como em sua vida pessoal. Regina Célia Santos Chapira Blaustein, ou simplesmente, Rê, para os mais íntimos, trazia em seu prenome a rainha que era nas suas boas e honestas atitudes, tornando-a pessoa iluminada e muito querida.

 

Nascida em Jacareí, São Paulo, em 14/8/1949, filha de Benedicto A. das Santos (I.M.), construtor, e Hilda R. dos Santos, passou toda sua infância e juventude em sua cidade natal, onde estudou no Grupo Escolar "Coronel Carlos Porto", Colégio Noturno "Antônio Afonso", e formou-se professora, cursando magistério na EEPSG Dr. "Francisco Gomes da Silva Prado".

 

Logo após sua graduação, lecionou em várias escolas como SESI, EEPG "Barão de Jacareí", EEPG "Verano Câmara", EEPG "João Feliciano", EEPG "Benedito Mauro dos Santos" e EEPG "Benedita Freire Macedo".

 

Em 1968, casou-se com o empresário Israel R. Chapira Blaustein. Desse casamento, nasceram seus dois filhos Israel R. Chapira Blaustein Jr. e Regis R. Chapira Blaustein.

 

Em 1981, já ingressada na carreira pública estadual, mudou-se para Caraguatatuba, onde seus pais residiam. Aqui também lecionou em escolas públicas e particulares como a EEPSG "Dr. Eduardo Corrêa da Costa Jr", EEPSG "Avelino Ferreira", "EEPG Prof Jorge Passos" ,EEPSG "Dr. Carlos de Almeida Rodrigues" e também no Colégio Módulo.

 

Devido ao seu grande espírito empreendedor, juntamente com seu esposo, fundaram uma empresa de imóveis e veículos, que graças a sua visão holística, está no mercado há 22 anos. Mesmo atravessando várias crises e recessões, no decorrer deste período, graças à sua tenacidade e vontade de vencer, superou os obstáculos e vicissitudes que se lhes apresentavam. Regina, também participava em eventos dentro das escolas, em feiras, festas, exposições, teatros e gincanas.

 

Seu "hobby" era o teclado onde fazia participações em casamentos, em escolas e clubes. Por toda sua vida, Regina viveu intensamente, com alegria e entusiasmo, que tanto contagiava os amigos que angariou ao longo de sua vida.

 

Faleceu em 09/02/2003, na cidade de Jacareí. Por saber de seu amor por Caraguatatuba, fizeram o translado do seu corpo, pois, aqui, era onde ela sempre quis ser sepultada.

 

Regina, de quem sempre sentiremos saudade, recebe esta justa homenagem póstuma para lembrança eterna da boa alma que foi em vida.