LEI Nº 2.137, DE 07
DE JANEIRO DE 2014.
“Denomina “Duílio Frugoli da Cruz “ a Av.
Cinco , localizada no Loteamento Jardim dos Sindicatos, Bairro Porto Novo.”
Autor: Vereador José Mendes de Souza Neto.
ANTONIO CARLOS DA
SILVA, Prefeito
do Município de Caraguatatuba, usando das atribuições que lhe são conferidas
por Lei, FAZ SABER que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e promulga a
seguinte Lei:
Art. 1º Passa a denominar-se "DUILIO FRUGOLI DA CRUZ", a
AVENIDA CINCO, que tem seu início na Avenida Quatro e seu término na Avenida
Sinésio Vitório Paes, com aproximadamente 150m (cento e cinquenta metros) de
extensão, localizada no Loteamento Jardim dos Sindicatos, Bairro Porto Novo,
neste Município.
Art. 2º Fica fazendo parte integrante
desta Lei a justificativa e croqui de localização, anexos.
Art. 3º O Poder Público Municipal
comunicará a nova denominação às concessionárias de serviços municipais, às
associações dos oficiais de justiça, aos taxistas e aos cartórios do Município.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de
sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Caraguatatuba, 07 de janeiro de 2014.
ANTONIO CARLOS DA
SILVA
Prefeito Municipal
Este texto não substitui
o original publicado e arquivado na Prefeitura Municipal de Caraguatatuba.
JUSTIFICATIVA:
DUILIO FRUGOLI DA
CRUZ nasceu no
dia 01 de janeiro de 1921 nesta cidade de Caraguatatuba, filho de Deodato Otoni
Alves da Cruz e de Antônia Frugoli da Cruz. Inicialmente viveu no sítio
Ribeirão situado entre as comunidades denominadas Pau D’Alho e Queixo D’Anta,
hoje extintas.
Na segunda metade dos anos 20 migrou para a Capital São
Paulo por duas razões, a saber: primeiro houve um motivo de ordem familiar já
que aconteceu o falecimento de sua mãe durante a realização de um parto,
causado pelas precárias condições existentes à época; segundo por motivo de
sobrevivência, pois, com a crise na produção de banana, o pai quebrou
financeiramente. Foram morar no bairro da Penha, mais precisamente na Rua
Guaiauna e iniciou sua alfabetização no Grupo Escolar D. Zalina Rolim. Viveu um
pequeno período no Bairro Macuco em Santos, inicialmente porque o porto de
Santos estava em efervescência econômica com a produção de café, e foram
atraídos pelas oportunidades de trabalho.
Com a crise cafeeira retorna para São Paulo e vai viver no
bairro do Pari, e começa a trabalhar na Fábrica Aliança, acompanhando a
tendência da industrialização paulista que surgia na época. Conclui o curso de
Pintura Artística na Escola Técnica de São Paulo.
Casa-se com Alice Pires da Cruz, descendente de
portugueses e italianos, igualmente operária na indústria Giron de confecções
femininas. Nasce o primeiro e único filho que veio a chamar-se Rogério Pires da
Cruz e muda para o bairro do Tatuapé, especificamente no Loteamento denominado
Maranhão.
É admitido na Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo
no cargo de Auxiliar de Laboratório, lotado no Instituto Aldofo Lutz,
referência em saúde pública no Brasil. Para ser admitido como funcionário
estável trabalhou gratuitamente por dois anos. O Governador era o Sr. Carlos
Alberto Alves de Carvalho Pinto. No ano de 1971 foi transferido para o Centro
de Saúde Penha de França, do Departamento Regional de Saúde da Grande São Paulo
onde ficou até o ano de 1976.
No dia 16 de fevereiro de 1976 foi transferido para o
Centro de Saúde de Caraguatatuba (SP), da Divisão regional da Saúde do Litoral
para ocupar o cargo de Técnico de Laboratório, Padrão
A partir de agosto de 1989 começou a participar
intensamente de campanhas de saúde pública tanto na cidade de Caraguatatuba
como também em todo o Litoral Norte de SP. Responsável pelos exames
laboratoriais e ainda na condição de servidor público, não mediu esforços
participando das campanhas de vacinação pública e na coleta de sangue, urina e
catarro, algo novo na cidade até então, visitando tanto a zona urbana como a
zona rural. Esse tipo de trabalho ele amava e fazia com a convicção de que
estava contribuindo para o exercício de um direito da população, sendo um
trabalho que contribuía para a expansão da cidadania, principalmente da população
mais pobre da região. Convencer os mais humildes da necessidade de coleta de
material e realização de exames laboratoriais era necessário mais que
conhecimento técnico, pois a novidade não era tida como normal e incomodava.
Era preciso dedicação, muita conversa e principalmente um dom especial e a
vontade de ver os resultados se transformarem em cura, melhorando a qualidade
de vida e cuidando da saúde pública como um verdadeiro caiçara que cuidava de
seu povo.
Contador de “causos” de primeira qualidade era atribuído a
sua autoria o causo de que, nas incursões às comunidades pobres, os resultados
revelavam que as pessoas que ingeriam uma maior quantidade de bebida alcoólica,
fato comum na época, apresentavam uma incidência menor de verminose, podendo-se
concluir que “a cachaça”, mais conhecida pelo caiçara com o nome de
“mata-bicho”, faz jus ao nome, pois assim fora comprovado.
No ano de 1991 se aposentou por motivo de saúde e mudou-se
para a cidade de Natal, no Estado do Rio Grande do Norte, onde vivia seu filho
na qualidade de Professor do Departamento de Economia da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte. Sem nunca esquecer sua terra natal, conheceu os
“caiçaras do norte”, como costumava dizer, e viveu pacatamente, na companhia
destes novos amigos. Neste período agudizou-se um glaucoma que lhe tolheu a
visão, reduzindo ainda mais sua locomoção e seu contato com quem gostava tanto
de conversar e se distrair. Veio a falecer no dia 18 de setembro de 2003 e seu
corpo foi enterrado no Cemitério Parque da Paz, em Natal-RN.
Apresentamos esta propositura a esta Casa de Leis
esperando a aprovação deste projeto que homenageia DUÍLIO FRUGOLI DA CRUZ, um
caiçara que cuidou com dedicação de seus irmãos caiçaras, com a indicação de
seu nome para uma das vias pública do Jardim dos Sindicatos, Bairro Porto Novo,
nesta cidade de Caraguatatuba. Sala "Benedito Zacarias Arouca", 28 de
outubro de 2013. “José Mendes de Souza Neto-Vereador NETO BOTA”.