Autor: Vereador Renato Leite Carrijo de Aguilar.
JOSÉ PEREIRA DE AGUILAR JUNIOR, PREFEITO DO MUNICÍPIO DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE CARAGUATATUBA, usando das atribuições que lhe são conferidas por Lei, faz saber, que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte Lei:
Art. 1° Denomina “RUA MARIA PEDRINA PIMENTA” a Rua Treze que se inicia na rotatória da Avenida Geraldo Nogueira da Silva e termina na Rua Ivo Gonçalves Relva, com 234 metros de extensão, localizada no Bairro Jardim Britânia, neste Município.
Art. 2° Ficam fazendo partes integrantes desta Lei, a justificativa e o croqui de localização, anexos.
Art. 3° O Poder Público Municipal comunicará a nova denominação às concessionárias de serviços municipais, às associações dos oficiais de justiça, aos taxistas e aos cartórios do Município.
Art. 4° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Caraguatatuba, 08 de fevereiro de 2019.
JOSÉ PEREIRA DE
AGUILAR JUNIOR
PREFEITO
MUNICIPAL
Este texto não substitui o
original publicado e arquivado na Prefeitura Municipal de Caraguatatuba.
MARIA PEDRINA PIMENTA, filha de Alcides Caetano dos Santos e de Maria Aparecida dos Santos, de família residente no Sítio Velho, localidade da Fazenda dos Ingleses, Bairro Porto Novo, nasceu no dia 03 de julho de 1938, no Município de Caraguatatuba-SP.
Seus pais, Senhor Alcides e Dona Maria Aparecida, criaram seus filhos no Sítio Velho com muito sacrifício, pois eram cortadores de banana, trabalho muito custoso e que não dava descanso. Depois de muito tempo se mudaram para o Bairro Porto Novo para trabalhar no beneficiamento da “pinga” Sitio Velho, afamada bebida que pertencia aos donos da Fazenda dos Ingleses e era, também, exportada para a Inglaterra. Nesta nova empreitada conseguem criar seus filhos.
Neste tempo Dona Maria Pedrina conhece o Senhor Manoel Pimenta, pescador e que também levava a vida com muito sacrifício, começam o namoro e logo se casam, passando a se chamar MARIA PEDRINA PIMENTA. Desta união geraram quatro filhos, a saber: Edson Pimenta e Éden Pimenta, já falecidos, e José Pimenta e Ana Maria Pimenta.
A vida começava a melhorar, mas, mesmo assim, era muito sacrificada pois a profissão de pescador era difícil, laboriosa e pouco rentável. Com o esforço sobrenatural do Senhor Manoel, seu esposo, pescando e levando seus peixes para a freguesia de bicicleta, de casa em casa, mostrava a determinação para a criação dos filhos que acontecia da forma esperada e, assim, formavam uma família muito feliz.
Dona Maria Pimenta, como passou a ser chamada, não esmoreceu e começou a se dedicar a fazer doces de banana e de goiaba, frutas abundantes e que eram aproveitadas para aumentar a renda da família. Para fazer os doces era necessário buscar e preparar as frutas, colocar no fogo a primeira tachada por volta da meia noite para retirar às 5 horas da manhã. O pouco que descansava era para cuidar das crianças, pois logo era colocada a segunda tachada, pela manhã e para ser retirada ao meio-dia. Cuidava dos afazeres da casa, tinha que vender os doces e recomeçar tudo no dia seguinte. A vida era dura, mas o amor pelo marido e pelos filhos compensava os sacrifícios.
Nos anos 1950 Seu Manoel entra para a navegação marítima, trabalhando nos chatões dos ingleses que transportavam os produtos da fazenda para os navios, cujo destino final era a Inglaterra.
Nessa época Dona Maria Pimenta pode descansar um pouco, pois os filhos já estavam criados e a renda recebida pelo seu marido era suficiente para as despesas da casa.
No ano de 1967 nossa cidade sofreu a grande catástrofe e a Fazenda dos Ingleses, como também toda a cidade sofreram prejuízos incalculáveis. Como grande parte dos empregados foram dispensados, com grande esforço, mas com grande habilidade, já que conheciam as práticas da pesca e da venda, montaram a Peixaria Pimenta que atendia a população e também aos veranistas e turistas. Foi uma época de muito trabalho mas também de sucesso. Dona Maria pode, então, mostrar seu lado humanitário e acolher os mais necessitados. A popularidade do marido, as condições da casa onde moravam e a vontade da mulher que comanda a casa foram voltadas para atendimento a todos que os procuravam. Ninguém era esquecido e a casa sempre estava com caiçaras que procuravam um pouco de comida, uma roupa usada ou um remédio para minimizar seus sofrimentos.
Neste meio tempo Seu Manoel Pimenta se aposentou e pode dar mais atenção aos afazeres da casa. Pode conviver com a esposa de forma mais constante e chegaram a realizar passeios e viagens, merecidamente.
Aos 70 anos foi acamada por um AVC que lhe tirou todos os movimentos, sendo que a cada ano ficava ainda mais fragilizada. Mesmo assim era visitada pelos amigos e parentes e sete anos depois, no dia 02 de junho de 2016, veio a falecer.
Pela honra de seu trabalho, pela honestidade e pela vontade de viver e ajudar ao próximo, por ter representado sua família com galhardia e deixado um grande legado aos seus filhos e aos amigos, solicitamos a aprovação deste projeto denominando uma rua em nosso município, registrando nos anais de nossa história tão honrosa homenagem. Sala "Benedito Zacarias Arouca", 22 de novembro de 2018. Renato Leite Carrijo de Aguilar.