ANTONIO CARLOS DA SILVA, Prefeito Municipal da Estância Balneária de Caraguatatuba, usando das atribuições que lhe são conferidas por Lei, FAZ SABER que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte Lei:
Autor: Ver. CELSO PEREIRA
Artigo 1º A E.M.E.I., localizada no Bairro do Jetuba, passa a denominar-se “ITOE YOSHIMOTO”.
Artigo 2º Fica fazendo parte integrante desta Lei a justificativa anexa.
Artigo 3º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Caraguatatuba, 25 de setembro de l997.
Este texto não substitui o original publicado e arquivado na Prefeitura Municipal de Caraguatatuba.
A Sra. Itoe Yoshimoto nasceu, em 19 de agosto de 1914, na cidade de Kumamoto, no Japão, filha de Saichi Yoshimoto e Hanayro Yoshimoto.
No dia 16 de setembro de 1929, com apenas 15 anos, embarcou do Porto de Kobe, juntamente com seus pais e outras famílias, com destino ao Brasil, chegando ao Porto de Santos no dia 15 de novembro do mesmo ano. Como todos os imigrantes que na época vinham para o Brasil, os japoneses trabalharam na agricultura, com a esperança de conseguirem melhores condições de vida e, após isso, voltarem ao seu país de origem. A primeira cidade a se instalarem foi Monte Azul Paulista, onde trabalharam na cultura do café. De lá, foram para a cidade de Pedro de Toledo, no Vale da Ribeira, desta vez laborando na cultura da banana. Mais tarde mudaram-se para Santa Cruz do Rio Pardo para trabalhar na cultura do algodão. Foi lá que Da. Itoe Yoshimoto conheceu o Sr. Tsuzuki Koba, com quem veio a se casar. Algum tempo depois, já casada, voltou para o Vale da Ribeira, na cidade de Itariri, novamente dedicando-se à cultura da banana.
No ano de 1949, juntamente com seu marido, sete filhos e outras famílias, a homenageada embarcou no Porto de Santos, com destino a São Sebastião, no navio Coorpercotia II, para em definitivo se instalar em Caraguatatuba, na Fazenda Jetuba.
Com o apoio e a assessoria da Cooperativa Agrícola de Cotia, a família e outros amigos compraram a Fazenda Jetuba com aproximadamente 778 alqueires, divididos em glebas de A-O a A-18 e B-O a B-18, que hoje compreende a área que vai do Delfim Verde até o Jardim Gardemar. O objetivo da compra da Fazenda Jetuba, era o de desenvolver a cultura da banana, principal atividade econômica do município na época, sendo inclusive produto de exportação pela antiga Fazenda dos Ingleses, maior detentora no cultivo desse produto.
Junto com o marido a homenageada comprou a gleba A-7, da Fazenda Jetuba, conforme transcrição nº 3767, livro 3-G, fls. 125, de 18/05/1953, do Cartório de Registro de Imóveis de São Sebastião.
No ano de 1963, foi implantado no local o loteamento denominado Balneário Copacabana, de acordo com a Lei vigente da época, conforme Decreto Municipal nº 47/63, de 16/12/63, registrado no livro nº 8, fls. 31, sob nº 9, do Cartório de Registro de Imóveis de Caraguatatuba.
Por ser de formação religiosa evangélica, logo que aprovado o
loteamento, a família doou uma área de
No dia 20 de dezembro de 1972, o marido da homenageada faleceu. Da. Itoe Yoshimoto, então, com espírito solidário e sempre auxiliando a comunidade do bairro, fez mais uma doação de uma área, englobando os lotes 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18 e 19, da quadra 17,do Balneário Copacabana, desta vez para a Prefeitura Municipal de Caraguatatuba, onde, mais tarde, foi construída uma nova escola estadual, hoje denominada Profª. Maria Thereza de Souza Castro, sendo que a EMEI, que hoje funciona no mesmo local, não é ainda nominada..
Aos 75 anos, no dia 9 de maio de 1990, depois de muita luta profissional, dedicação e auxílio ao próximo, a homenageada veio a falecer, deixando os filhos Yoshio, Eduardo, Seishi, Maria, Thereza, Paulino, Nelson, Luiz e ainda 18 netos, que tão bem representam o nome e a tradição da família Yoshimoto. Por esses fatos, e tantos outros que essa incansável mulher proporcionou à nossa população, nada mais justo que homenagear a família da Senhora Yoshimoto, perpetuando seu nome na EMEI do Bairro Jetuba que, talvez, não fosse o carinho que a homenageada tinha àquela comunidade, não estaria construída naquele local, que agora perpetuará o seu nome.
Sala “Benedito Zacarias Arouca”, 10 de julho de 1997.